Depois da realização do segundo congresso das novas gerações no santuário nossa Senhora da conceição Aparecida em 2013 a comissão dos religiosos do Brasil organizou pela terceira vez o congresso das novas gerações em Brasília que se realizou durante três dias, teve o início no dia 6 até 9 de fevereiro de 2016. Esse III Congresso das novas gerações da vida religiosa Consagrada teve como tema “ #compartilhe a alegria e o lema “ Venham para fora” ( João 11,43). Aproximadamente 500 religiosos e religiosas do Brasil inteiro: Bispo, Padres, diáconos, seminaristas e freiras. Fomos provocados a pensar como está a VRC e a assumir com alegria e paixão o ser religioso (a).

 Com o mesmo espírito fomos levados a partir do mesmo tema proposto nos foi apresentado algumas pistas de como devemos compartilhar a alegria e manter o mesmo brilho nos olhos de quando ingressamos na vida religioso, ou seja, nas nossas comunidades respectivas. Iluminado pelo evangelho de João e o convite considerado como chamado incisivo de Jesus para que Lázaro venha e saia para fora para contemplar a realidade desafiadora de seu tempo, portanto nós hoje religiosos sentimo-nos animados a realizar essa dinâmica, escutar a voz de nosso salvador Jesus que chama e arriscar-se a sair.      

Portanto, durante esse tempo do congresso foi marcante um momento muito importante da caminhada pelas ruas da capital Federal, com alegria nos rostos e no coração de cada religioso das novas gerações cantando e pedindo a Deus uma sociedade edificada no amor e na justiça, fazendo memória de tantos mártires que ousaram vir a fora, seguindo seu exemplo.

 Porém os quatros pontos do pais (de norte a sul, leste a oeste) os religiosos nós fizemos presentes para refletir, fazer, aprender e encontrar. Com a fala do Papa Francisco que diz “ aonde a Religioso há alegria” a nossa presença foi um viver o lema do congresso pois compartilhamos a nossa alegria em cada momento do congresso. Ao terminar o congresso saímos revigorados, animados por místicas, missas, provocações e oficinas com diferentes temas que tocam a nossa realidade religiosa para podermos viver diariamente o sair para fora e compartilhar a alegria além da virtual, no encontro com o outro que me desafia. Por isso o compromisso foi tomado em que devemos e queremos ser as pessoas alegres que trazem alegria no mundo. Vivendo autenticamente o nosso compromisso sem artificialidade e com uma convicção e brilho nos olhos que podemos mudar o mundo com o nosso gesto do amor saindo para fora para encontrar outra realidade.

Josky Menga Makanda  seminarista da consolata 3 ano da teologia

 

Uma das características dos missionários da Consolata é a internacionalidade de seus membros, resultado do carisma ad gentes que, em pouco mais de 100 anos, levou a congregação a mais de 20 países em quatro continentes. Fundado pelo Bem-aventurado José Allamano em 1901, na Itália, o Instituto Missões Consolata enviou seus primeiros missionários ao Quênia, hoje berço de muitas vocações, a exemplo de Joseph Onyango Oiye, ordenado diácono no último dia 12 de dezembro.

A celebração aconteceu na paróquia Nossa Senhora Consolata, em Brasília (DF), onde Joseph há um ano atua nas pastorais e faz especialização em comunicação. Caçula de seis filhos do casal Peter Oiye e Christine Awuor Oiye, Joseph é natural de Siaya, arquidiocese de Kisumu, no Quênia. Depois de cursar filosofia em Nairóbi e noviciado em Moçambique, ele chegou ao Brasil em 2011, onde fez teologia em São Paulo e realizou serviços pastorais em Feira de Santana (BA).

A ordenação foi presidida por dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O pároco, padre Emmanuel Gavosto, acolheu dom Sérgio sublinhando a importância de sua presença na primeira ordenação em mais de 50 anos de existência da paróquia. Presentes em grande número os fiéis cantavam com alegria e emoção: “reunidos em torno dos nossos pastores, professando todos uma só fé. Nós iremos a Ti. Igreja Santa, Templo do Senhor...”.

Dom Sérgio destacou o diaconato como um dom de Deus numa Igreja ministerial, vivido em três dimensões: no serviço aos mais necessitados, na pregação da Palavra e na liturgia. “O diácono é chamado a ser um servidor da Igreja no serviço da caridade, na solidariedade e na partilha com os pobres. Esse serviço é assumido em comunidade”. No Ano Santo da Misericórdia, o arcebispo apontou a misericórdia como expressão da caridade. “O diácono deveria ser o portador da misericórdia de Deus para com todos em especial, com os que mais sofrem”. Segundo dom Sérgio, com o anúncio da Palavra, o diácono mostra a dimensão profética da Igreja a exemplo de João Batista que chamou todos à conversão para acolher o Cristo. “O diácono é um servidor de Cristo, um servidor do povo de Deus para ajudar a colher a Palavra de Jesus, que é a Boa Nova”. Dom Sérgio explicou ainda, que no serviço do altar, o diácono desempenha uma função específica. “Joseph deve viver esses três ministérios de forma harmônica. Tudo é graça de Deus colocado a serviço. Para isso, o diácono conta com as orações da comunidade”, complementou.

Joseph foi apresentado ao bispo ordenante pelo superior Provincial do IMC no Brasil, padre Luiz Carlos Emer, que também foi um de seus formadores. Concelebraram os padres Mário Silva, Mário de Carli, Jaime C. Patias e Getúlio de Alencar, além de dois diáconos permanentes. Participaram ainda, as irmãs missionárias da Consolata que trabalham em Brasília, uma delegação da Embaixada do Quênia e os seminaristas quenianos, Gabriel Ochieng e Paul Auma que serão ordenados diáconos em São Paulo, em fevereiro de 2016, juntamente com o colega Heradius, da Tanzânia.

Seguindo o ritual, Joseph confirmou o propósito de ser ordenado e interrogado pelo bispo prometeu cumprir fielmente seu ministério: “Quero! Com a ajuda de Deus”. A ladainha de todos os Santos cantada solenemente invocou a bênção sobre o eleito. Momento central no rito foi a imposição das mãos e a oração de ordenação feita pelo bispo. A comunidade orava em silêncio. Investido da estola transversal, sinal de serviço, e da dalmática diaconal, Josehp recebeu o Livro dos Evangelhos, momento em que foi acolhido com uma calorosa salva de palmas e o canto “um dia escutei teu chamado, divino recado batendo no coração...”.

O neo-diácono manifestou alegrai de ser ordenado como missionário da Consolata e agradeceu a todos. “Estou realizando um sonho que era de vir à América Latina e hoje, justamente na festa da Padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe, fui ordenado diácono pelo presidente da mais importante Conferência Episcopal do mundo, a CNBB. Agradeço os missionários da Consolata pela confiança e amor que sempre tiveram comigo”, afirmou emocionado sendo ovacionado com aplausos da assembleia. Joseph agradeceu a comunidade pela organização da celebração e os diversos grupos presentes.

Antes da bênção, dom Sérgio agradeceu ao diácono Joseph por ter aceitado ser missionário no Brasil e a Igreja no Quênia, em especial, aos missionários da Consolata, pela presença em Brasília. “A nossa gratidão de coração sincero. Obrigado pelo convite para presidir essa celebração. Agradeço também aos irmãos da Embaixada do Quênia presentes”.

Joseph expressou o que estava sentindo. “As responsabilidades do serviço da caridade, da proclamação do Evangelho e o serviço da liturgia sempre foram os principais motivos da minha vocação. Agora que estes serviços me foram oficialmente confiados, sinto-me feliz por ter realizado um sonho e ao mesmo tempo responsabilizado a vivê-los com entusiasmo. A minha alegria maior é saber que a Igreja me confia essa responsabilidade e esta comunidade também tem me dado a oportunidade de me preparar bem para esse serviço”, disse.

O novo diácono continuará na paróquia durante o ano de 2016 para depois ser ordenado padre em sua terra natal quando receberá, da direção Geral da congregação, a destinação para a sua primeira missão.

Após a bênção solene e o cântico dedicado à Consolata, a comunidade ofereceu um jantar para comemorar mais esse acontecimento histórico na vida da paróquia.

Boa Vista, 27 di settembre del 2015
 
Carissimi,
 
Voglio mettervi al corrente di un fatto gravissimo che ho appena saputo in questi giorni.
Da circa cinquant'anni sono al corrente dell'esistenza di un gruppo di indigeni (probabilmente un sottogruppo di yanomami) localizzati in una regione, dentro alla Terra Indigena Yanomami oggi demarcata e teoricamente “protetta".
Le uniche notizie di questa popolazione le ho avute da alcuni uomini yanomami, oggi tutti anziani, che, decenni fa, hanno partecipato ad alcuni "raid" per vendicare la morte di loro parenti importanti, che essi supponevano causata da malefici di questi indigeni. Le testimonianze erano corroborate dalla presentazione di alcuni trofei (scuri di pietra, una pentola di terracotta, e pochi altri strumenti tra i quali nessuna traccia di metalli).
Piú di trenta anni fa, parlando di loro, avevo pensato assieme ad alcuni yanomami amici di fare una spedizione di approssimazione, per cercare di eliminare l'ostilità ormai radicata che c'era contro di loro e che probabilmente era reciproca. Alla fine rinunciai all'impresa, non per paura del pericolo che poteva esserci per la "nostra" incolumità, ma solo per il fatto che mi resi conto che se li avessi contattati, avrei avuto bisogno di aiuto di altri per poter assisterli per un tempo ragionevole (almeno alcuni anni) fino a che si potessero vaccinare e curare nell'eventualitá praticamente certa che venissero contaminati da noi con qualche virus o altre
malattie contagiose e/o letali. Su questo punto ho un'esperienza molto grande e dolorosissima: le malattie introdotte in questi gruppi isolati sono letali nella maggioranza dei casi.
Ebbene, venendo al nocciolo, due o tre anni fa, la FUNAI, con mia grande stupore, ha deciso di costruire una pista di atterraggio e una baracca ad una certa distanza da questo gruppo, che da alcuni anni era stato localizzato esattamente con sorvoli aerei. Il motivo addotto dalla FUNAI era quello di installare alcuni suoi funzionari, perché vigilassero affinché i cercatori d'oro che si stavano avvicinando pericolosamente a quella regione, non potessero entrare in contatto con gli indigeni isolati.
Con mia sorpresa, giovedì scorso (24-19-2015), casualmente, ho saputo da uno yanomami che la pista e la baracca della FUNAI erano state occupate da cercatori d'oro, tra i quali anche uno o due yanomami dell'alto Catrimani. Questi ultimi erano a loro volta entrati in contatto con i loro parenti a mezzo radio-fonia, usando l'apparecchiatura abbandonata nella baracca dai funzionari della FUNAI. Nella stessa baracca erano rimasti tra le altre cose: una televisione, un'antenna parabolica, un frigo e un generatore per farli funzionare.
Gli Yanomami hanno comunicato che i "garimpeiros" si sono impossessati della radio e la stanno usando, hanno sequestrato il generatore e hanno distrutto
la televisione, l'antenna parabolica e il frigo. Hanno inoltre comunicato che i garimpeiros mandavano un avviso ai funzionari della FUNAI, di non tornare in quel luogo se non volessero essere uccisi.
Per chiarire meglio la gravità della situazione, ho saputo che i funzionari della FUNAI erano stati ritirati da quel luogo, forse a maggio scorso, perché l'Ente Federale (FUNAI) non aveva più i mezzi necessari per dare loro appoggio di viveri, combustibile e avvicendamento del personale.
Contemporaneamente, vari mesi fa, persone che hanno sorvolato l'area, hanno constatato che il villaggio isolato era vuoto.
Adesso, alla luce dei nuovi avvenimenti, viene spontaneo chiedersi se già allora i "garimpeiros"avessero avuto contatto con questa popolazione isolata, e se questo contatto
avesse causato la fuga di tutti gli abitanti del villaggio  o la loro decimazione.
Non so se c'è ancora tempo per scongiurare una strage, ma da un po’ di giorni non riesco a dormire!
Un altro yanomami ha aggiunto che sul fiume Catrimani l'acqua é sporchissima a causa del "garimpo" che si è installato in un piccolo affluente del rio Lobo de Almada (affluente di destra del Catrimani), e che si vede un continuo vai e vieni di aerei che userebbero una pista di atterraggio costruita dai cercatori d'oro anche in questo luogo.
Gli yanomami dicono che i "garimpeiros" sono molto numerosi. Per il modo con cui  lo affermano, suppongo che in quella regione (rio Apiaú e rio Catrimani ) ci possano essere alcune migliaia di invasori (tutti con armi da fuoco naturalmente).
Non sono sicuro di aver chiarito la questione, ma lo spero; in caso di dubbi, per favore ditemeli perché io possa cercare di chiarirli.
Un forte abbraccio.
fratel Carlo Zacquini, Missionario della Consolata a Roraima (Brasile)

Essa história de 100 anos de evangelização remota no ano 1913 quando tuxaua Arbath frequentava Guiana Inglesa e participava nas celebrações. Nestas celebrações, ele conheceu o Padre Inglês no qual admirou-se das iniciativas e os ensinamentos dele. Com muita ansiedade, tuxaua Arbath preparou uma comissão de Indígenas coordenados pelo Arupo e enviou-a ao Letem em Guiana Inglesa na Missão Jesuítica de Santo Inácio para fazer um convite ao Padre ir até Maturuca conhecido como Seraman naquela época para dar catequese aos moradores de lá.  

O Padre estava se preparando viajar para Inglaterra e quando a comissão chegou na missão de Santo Inácio e apresentou o pedido, o Padre também fiz um pedido a essa comissão.  “Faça uma Igreja” ele falou, “ e eu irei visitar vocês”.

O Padre viajou para Inglaterra e retornou para sua missão 5 de janeiro, 1915. Alguns dias após da Pascoa, a comissão de Maturuca voltou para missão de Santo Inácio em Letem e falou ao Padre, “nós temos feito o que você nos pediu”.  O Padre viajou com a delegação por dois ou três dias e deu instruções catequéticas do final de abril até o dia 17 de maio de 1915. O ano 1915 ficou marcado na história como o ano em que o Evangelho chegou na Região das Serras.

O próprio nome do Padre Jesuíta que trabalhava na Missão de Santo Inácio foi Father Curthbert Cary Elwes mas esse nome sendo Inglês foi muito difícil para o povo Macuxi pronunciar. Eles deixar ao lado o nome próprio e o Padre ficou conhecido como Padre Inácio, que na verdade era o nome da Missão onde ele trabalhava na Guiana Inglesa. Para o povo Macuxi, o nome da Missão era mais fácil falar que o nome do Padre.

O Missionário Inácio escreveu mostrando a admiração e a disponibilidade do povo Macuxi em aceitar a palavra de Deus. Ele ensinou os cantos gregoriano além de catequisar e administrar os sacramentos. No decorrer dos anos em uma das suas visitas na Região das serras, o Padre se encontrou com a Comissão SPI, atual FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Funai falou que o Padre era um estrangeiro e que estava invadindo o Pais Brasileiro e que deveria se retirar e se o encontrasse na próxima vez iria ser preso. No mesmo ano, o Padre tinha que abandonar a Missão evangelizadora na comunidade Seraman (Maturuca). Ao ver que o povo iria ficar no abandono da palavra de Deus, o Padre escreveu uma carta ao Bispo de Manaus explicando que no norte de Roraima na fronteira com Guiana Inglesa havia um povo Macuxi organizado e catequizado na doutrina católica. Conforme o seu dialogo solicitou ao Bispo que enviasse missionários para Região para assim dá continuidade da missão profética que ele já tinha começado.

Ao deixar a missão, o padre preparou tuxaua Arbath para ser catequista da Região. Passando algum tempo, o tuxaua Arbath repousou o cargo para o tuxaua geral Melquior. Na época chega na Região Padre Dom Alquino (Beneditino) para dar continuidade do trabalho do Padre Inácio. Após dos dominicanos chega na Região os Missionários da Consolata no ano 1948 que dá continuidade a missão libertadora ate dia de hoje.

Toda essa história faz com que a Regiao celebra uma grande festa que é a festa da comemoração de 100 anos de evangelização na Região das Serras que se iniciou no dia 10 de Set, 2015 as 6 horas da manhã com uma procissão de mais que 30 quilômetros a partir do centro pedra branca à centro regional- Maturuca. Na parte da tarde teve palestras sobre o histórico da evangelização.  No dia seguinte aconteceu via sacra na serra de Maturuca e no terceiro dia seguiu jogos encerrando a festa no dia seguinte com uma solene celebração da Missa celebrada por Dom Roque; Bispo de Roraima.

Na festa, foi recordado as grandes lutas, sofrimentos, tribulações, perseguições e angustias do povo, mas também as suas grandes conquistas, vitorias e alegrias nos últimos 100 anos. A decisão de 26 de abril 1977- (Ou vai ou Racha) “não a bebida alcoólica e sim a comunidade” deu fruto de uma das grandes conquistas; demarcação e homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e a visita do presidente da República, Lula que foi no centro Maturuca em 2010.Outras vitorias recentes nos últimos cinco meses eram;

  • Primeiro júri popular, ou seja, primeiro julgamento acontecer dentro da terra indígena na história do Brasil. No dia 23 de abril, 2015 esse julgamento se realizou na Terra indígena Raposa Serra do Sol especificamente na Região das Serras- Centro Regional-Maturuca.
  • Primeira Assembleia do regimento na Terra Indígena Raposa Serra do Sol que aconteceu no dia 29 e 30 de junho, 2015 na Região das Serras no centro pedra branca.
  • Semana missionaria em preparação de 100 anos de evangelização que aconteceu entre dia 24 a 30 de agosto de 2015 e congregou 11 padres que trabalham na diocese de Roraima e muitas Freiras além de tantos jovens, catequistas e lideranças. Foi formado 12 equipes que visitaram mais que 50 comunidades entre 72 comunidades da Região.
  • Visita do Presidente do Supremo Tribunal no Brasil que aconteceu no dia 4 de set, 2015 no centro Maturuca

                  Todo mundo durante a comemoração de 100 anos de evangelização vibrou com alegria escutando citações das conquistas que superam os sofrimentos que o povo da Região passou. Os povos indígenas da Região ficaram muito gratos pelos todos os missionários que passaram e que estão junto a eles e os fizeram e ainda os fazem com que a seiva do evangelho impregne na vida social deles. Dessa forma os missionários os fazem lembrar a parábola do bom samaritano que ajudou quem ele encontrou caído no caminho da história.  Esses missionários se doaram e continua se doando comungando nas lutas dos povos indígena, nas alegrias, e nas tristezas.

 

 

 

 

 

O padre Jaime Carlos Patias, secretário nacional da Pontifícia União Missionária, ajuda-nos a entender, nesta entrevista, a importância da realização do 2° Congresso Missionário Nacional de Seminaristas. O evento acontece, nos dias 9 a 12 de julho, em Belo Horizonte (MG), em um momento em que o papa Francisco, fala abertamente que quer uma Igreja em saída, missionária, que vá ao encontro de todos.
Desse encontro surge o desafio de fazer com que, sobretudo os futuros presbíteros, entendam que para fazer o que o papa pede. Uma das principais motivações para a ordenação sacerdotal deve ser a missão. Ir especialmente onde ninguém quer ir. Essa reflexão fará parte do evento e terá como um dos principais conferencistas, o cardeal dom Cláudio Hummes, presidente da Comissão Especial para a Amazônia, arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação do Clero em Roma.

Padre Jaime, por que um Congresso Missionário neste momento?
Estamos numa onda positiva quanto à dimensão missionária da Igreja no Brasil e seguindo os apelos do papa Francisco para uma Igreja em saída, os padres e seminaristas são lideranças chave. Por isso, não podemos deixar os seminaristas fora dessa reflexão.

Qual a finalidade do evento?
O primeiro Congresso foi realizado em 2010, há cinco anos. Nós temos que pensar no futuro dos presbíteros porque se a gente quer uma Igreja diferente, uma Igreja mais em saída, como o padre Francisco pede, precisamos apostar nos presbíteros. O Congresso tem como finalidade celebrar a caminhada já realizada e aprimorar a formação em vista de um autêntico espírito missionário. Está acontecendo uma reflexão através dos Conselhos Missionários Regionais (Comires) e Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises). Queremos celebrar essas realizações que possuem muitas experiências missionárias. Existem muitas iniciativas de formação específicas missionárias e precisamos continuar. O Congresso quer impulsionar e também despertar novas iniciativas nos lugares onde não está bem encaminhado. A Igreja no Brasil tem uma certa caminhada de conjunto, então o Congresso ajuda a trazer seminaristas de todo o Brasil, para juntos partilhar experiências e incentivar uns aos outros.

Quais são as expectativas?
A gente espera pelo menos três frutos: que haja mais cuidado na formação, com mais sensibilidade para a missão, para a espiritualidade específica do presbítero; que se organizem ou se reforcem os Conselhos Missionários de Seminaristas e que eles (seminaristas) busquem iniciativas concretas dentro ou fora das dioceses para desde já, na formação, experimentarem uma missão concreta e consistente.

Hoje, no mundo secularizado, a importância de conscientizar as pessoas sobre a missão. Como é trabalhar isso com os seminaristas?
Partimos sempre do ponto de vista de que o seminarista é uma liderança. O padre tem que estar adiante, puxar o povo, liderar. E se ele não tem um espírito de liderança na missão a comunidade que se abrir nessa perspectiva terá dificuldades. Então a gente quer que os presbíteros tenham no coração a missão.
Os materiais do Congresso ajudam nessa percepção?
O cartaz e o tema do Congresso “O missionário Presbítero para uma Igreja em saída” e o lema “Ide sem medo para servir”, que é a frase do papa Francisco aos jovens chamam atenção. Desejamos que eles entendam que uma das principais motivações para a ordenação sacerdotal é a missão. Não é só administrar os sacramentos, cuidar das liturgias na comunidade já bem organizada e formada, mas pensar que eles são ordenados para o mundo, ir especialmente onde ninguém vai, ninguém quer ir, ninguém ousa sonhar ir. Elaboramos uma Cartilha de Preparação apresentando o tema do Congresso para ser estudada pelos seminaristas em todo o Brasil. O estudo nos regionais criou um ambiente favorável.

A Igreja local deve se preocupar com as igrejas de fora?
As Igrejas locais, às vezes com um bom número de presbíteros, de clero, devem se preocupar também com outras Igrejas locais que estão na África, na Ásia, em outros lugares no Brasil, também no norte, onde tem mais necessidade. Criar essa espiritualidade de saída, de generosidade, de disponibilidade e dizer: “Eu sou presbítero para a Igreja, não só para a minha paróquia pequena ou a minha diocese.” Essa é um desafio, mas já temos seminaristas que estão abraçando essa espiritualidade.

Com a perspectiva da Igreja em saída, como é trabalhar a missão além-fronteiras nas dioceses?
O Brasil tem 5.500 seminaristas, e mais de 10 mil paróquias, ou seja, meio seminarista por paróquia. Estamos com 24.570 presbíteros. Há regionais com poucos presbíteros. No Centro Oeste, para cada 300 mil habitantes, há um padre; no sudeste, em São Paulo, para cada 8 mil habitantes, um padre; na Amazônia, tem menos população, mas várias extensões sem a presença de um presbítero. Precisamos repensar um pouco na distribuição dos presbíteros... essa também será uma reflexão que traremos a este Congresso.

Como será a estrutura do Congresso?
Serão quatro dias: o primeiro, o dia do caminho; o segundo, o dia do encontro, encontro com o tema, encontro entre os congressistas, com Jesus; o terceiro dia, tem como palavra-chave, a conversão porque se há um encontro consistente com Cristo, este tem que provocar uma mudança de mentalidade. O quarto dia será o dia do envio, uma Igreja em saída, sem medo para servir.

E a programação?
Teremos quatro conferências que tratarão de temas como o missionário presbítero para uma Igreja em saída, que é o tema central. Mas quais são os desafios da missão para a formação do futuro presbítero? Dom Esmeraldo Farias, bispo auxiliar de São Luís do Maranhão, vai refletir sobre esse tema. Depois queremos ouvir também os leigos, e aí a presidente do Conselho Nacional do Laicato, Marilza Schuina, vai falar como os leigos percebem os presbíteros e como desejariam que eles fossem no futuro.
O cardeal Cláudio Hummes, presidente da Comissão Especial para a Amazônia trará as interpelações do papa Francisco sobre a formação do missionário presbítero. Por fim, o padre Estêvão Raschietti, secretário executivo do Centro Cultural Missionário de Brasília, apresentará a missão ad gentes no ministério do missionário presbítero. Encerrando a programação, no domingo, dia 12, teremos uma peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade onde dom Walmor de Azevedo presidirá a missa de encerramento e envio para a missão.

Fonte: Pom.org.br

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