Os exercícios militares realizados em conjunto pelas forças sul-coreanas e norte-americanas são uma ocorrência anual, razão pela qual as autoridades da Coreia do Norte costumam reclamar, também de forma anual, alegando que o Sul prepara uma invasão e ameaçando com severa retaliação, lançando Seul “num mar de fogo”.
Este ano os exercícios militares ocorrem num período bastante sensível, por estarem marcadas para 20 a 25 de Fevereiro uma reunião de famílias separadas desde o fim da guerra das Coreias, facto que ocorreu há 60 anos atrás (1950-53). Dado que os exercícios têm início no dia 24 e se prolongarão até ao dia 6 de Março, o governo do Norte já ameaçou cancelar o encontro das famílias separadas, um dia após ter marcado o mesmo com as autoridades do Sul no passado dia 5.
O objectivo destes exercícios anuais é o de garantir a prontidão das forcas militares na eventualidade de um ataque por parte do Norte. O contexto desta situação está relacionado com o facto da guerra das Coreias ter terminado com um armistício e não um tratado de paz, o que significa que as duas Coreias estão tecnicamente em guerra. As autoridades do Sul e das Nações Unidas avisam o Norte, geralmente com um mês de antecedência, da realização destes exercícios e do seu calendário.
A acontecer, a próxima reunião de famílias separadas será a primeira desde Outubro de 2010. Mas dada a proximidade das datas – encontro e exercícios – a governo sul-coreano tentou que a reunião tivesse ocorrido de 17 a 22, precisamente para não coincidir com os exercícios militares. Neles tomam parte cerca de 10 mil soldados sul-coreanos e 5.200 norte-americanos, 1.100 dois quais vindos de outras bases americanas no estrangeiro.
Quanto aos sul-coreanos que esperam pela possibilidade de reencontrar os familiares que se encontram no Norte, são cerca de 70 mil, a maior parte com idades na casa dos 80 anos, e a participação nas reuniões é determinada por um sorteio. Só podem participar cerca de 100 pessoas de cada lado da fronteira.