Uma a uma chegaram as famílias dos catequistas para mais um ano de formação no Centro Catequético do Guiúa.
Doze famílias, oriundas de diferentes regiões de Moçambique, deixaram a sua casa para se transferir para o Centro do Guiúa para um ano intenso de formação humana, religiosa e pastoral.
Este é o oitavo ano que dirijo a formação anual de famílias, experiência única em Moçambique.
Não existe um ano igual ao outro, nem famílias parecidas ou situações semelhantes. Esta diversidade impele-nos a descobrir sempre respostas novas, a encontrar outras maneiras de falar, de pensar, de inventar caminhos para quem pede soluções.
Este ano, a chegada das famílias foi mais atribulada por causa da tensão político militar que se verifica em Moçambique. As viagens dos que vinham do norte do país foram as que mais nos preocuparam. Da diocese de Líchinga, no longínquo Niassa, chegaram 2 famílias. E chegou outra do Gurué e ainda outra de Tete. Se a de Tete atravessou a zona crítica sem problema, as outras três viram-se obrigadas a passar duas noites no caminho, não tanto por causa dos conflitos, mas porque, na mesma zona, o leito de um rio extravasou e impediu a passagem. Até uma mala foi trocada na atrapalhação da chegada, mas tudo se resolveu.
Chegaram ao Guiúa já de noite, cansados mas com um sorriso cheio de expectativa e contentes por verem pela primeira vez as casas em que habitarão durante este ano. A pequenina Leucádia, com apenas 2 meses não se perturbou nem com a viagem, nem com a mudança de casa e continuou mamando tranquila ao colo da mãe.
Na Missa deste Domingo as famílias de catequistas foram apresentadas à comunidade católica do Guiúa.
Nesta quarta-feira, arrancamos com a formação destes homens e mulheres e toda a missão se prepara e se agita, orbitando todo o ano à volta destes agentes de pastoral. Que possam ser anúncio de Fé e de esperança, neste Moçambique tão frágil, e tão precisado de paz.