A diocese de Incheon, a que pertence a comunidade central dos Missionários da Consolata, ordenou hoje, 7 de Janeiro, nove novos sacerdotes e treze novos diáconos. Comparando com a Europa, estes números são bem mais elevados, mas no contexto coreano eles revelam uma diminuição acentuada em relação a anos anteriores.
Longe vão os tempos (entre 1996 e 2000) em que a nossa diocese ordenava em média cerca de vinte novos sacerdotes e outros tantos diáconos anualmente, sendo Seul a mais “fértil” das dioceses com uma média de trinta e cinco sacerdotes e outros tantos diáconos. Entre os nove sacerdotes ordenados hoje há dois são religiosos, membros do Instituto Missionário do Sagrado Coração de Jesus. Há também dois religiosos entre os diáconos.
Nas dioceses maiores, são muitas as paróquias orientadas por dois sacerdotes, pároco e vice-pároco. De facto, o objectivo é precisamente o de chegar ao maior número possível de paróquias com dois sacerdotes, mesmo em paróquias que, por exemplo, têm cerca de mil fiéis registados e somente seiscentos que frequentam regularmente os sacramentos e demais actividades pastorais. Será, porem, impossível alcançar este objectivo, uma vez que a Igreja coreana começa a sentir os efeitos da crise vocacional, a qual afecta também a vida religiosa.
A crise vocacional é mais notória nas congregações de vida consagrada, inclusive entre as de maior “peso”, sobretudo Franciscanos e Beneditinos de ambos os ramos. Porém, é nas congregações com vocação missionária que a crise de vocações se faz sentir de forma mais acentuada. Alguns apontam os baixos níveis de natalidade e os atractivos da vida moderna como duas das principais razões desta crise, com consequências que começam no seio das comunidades paroquiais: há menos crianças a serem batizadas, menos crianças a frequentar a catequese e menos jovens a participar na vida eclesial.
Mesmo assim, há que salientar o facto de que a Igreja coreana tem crescido na sua dimensão missionária além-fronteiras, um crescimento que inclui o entusiasmo de vários bispos pela vocação “fidei donum”, enviando vários dos seus sacerdotes por períodos de três anos, nomeadamente para países africanos e latino-americanos.