Nos dias 6 a 13 de Novembro de 2012, os Bispos Católicos da Conferência Episcopal de Moçambique, estiveram reunidos na II Sessão da Assembleia Plenária de 2012. Recentemente publicaram um Comunicado no qual partilham aquilo que foi fruto da reflexão e deliberações e alguns aspectos salientes da vida eclesial e social moçambicana dos últimos tempos.
A primeira parte dos trabalhos da Assembleia foi dedicada à leitura dos Relatórios das Dioceses, das Províncias Eclesiásticas, das Comissões Episcopais e do Secretariado Geral da CEM. Os referidos Relatórios revelaram o crescimento e a vitalidade das comunidades cristãs e as suas dificuldades, assim como as alegrias, as tristezas e as esperanças do povo moçambicano.
Da análise feita sobre a realidade eclesial, os Bispos destacam o incremento do número de cristãos e de catecúmenos, fruto da catequese, da celebração da Palavra e dos Sacramentos. Por outro lado, sente-se a falta de um número suficiente de Padres para atender adequadamente a vida das comunidades.
Para os Bispos de Moçambique, o ambiente sócio-político e económico é fonte de grande ansiedade. São inumeráveis as situações problemáticas do dia a dia: a precária condição de vida de muitos moçambicanos, a falta de segurança, a posse da terra, a verdade e a solidez da Paz, o entendimento entre os que gerem a coisa pública. Tudo isto cria no povo um ambiente de insatisfação e de grande ansiedade, apesar de há 20 anos ter cessado a guerra em Moçambique. As populações continuam a ter uma vida muito dura, marcada por uma situação de pobreza cada vez mais acentuada, sobretudo nas zonas rurais do País. Não obstante haja cada vez mais riqueza, concluem os Bispos, os pobres são cada vez mais pobres.
Os Bispos fazem um apelo ao diálogo, exortando as comunidades cristãs e os moçambicanos em geral a trabalharem pela consolidação da paz,. Num momento de grande crispação política causada sobretudo pelo regresso de Afonso Dlhakama, líder da Renamo, às matas da Gorongosa com um grupo de antigos guerrilheiros para exigir do governo a renegociação do Acordo Geral de Paz, os Bispos convidam a voltar o olhar para trás e redescobrir o diálogo justo e respeitoso, e no respeito dos direitos das pessoas e das populações para a solução dos conflitos. Como o fizeram durante os anos da guerra civil, o episcopado moçambicano repete mais uma vez: “Abandonemos definitivamente o recurso às armas, a qualquer tipo de violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos problemas. Renovemos o espírito que 20 anos atrás levou as partes envolvidas a assinarem o Acordo Geral de Paz, de que tantos nos gloriamos e que recentemente celebrámos”.
Esta reunião da Conferência Episcopal de Moçambique foi também uma ocasião para dar linhas de orientação para o novo ano pastoral. Em comunhão com a Igreja universal, elaborou-se a programação e calendarização das actividades nacionais para o Ano da Fé a nível nacional e diocesano.
Nesta Assembleia Plenária dos Bispos foram renovados todos os cargos da Conferência Episcopal, de acordo com os Estatutos recentemente aprovados pela Santa Sé. D. Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai, foi reeleito presidente da Conferência de Moçambique. Também foi renovado o organigrama geral das Comissões episcopais. Quanto aos Bispos Consolatinos; D. Francisco Lerma, Bispo de Gurué, foi escolhido para Presidente da Comissão Episcopal para os Seminários e Vocações; enquanto, D. Inácio Saure, Bispo de Tete, é o novo Presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Laical e Juvenil.